
Visita do Comissário-Geral de Portugal,
Fr. Agostinho Castro, a Timor-Leste
28 de setembro a 6 de outubro de 2025
“Uns dias de alegre fraternidade com os confrades carmelitas de Timor Leste"
Tendo em conta a proximidade geográfica, por me encontrar na Indonésia para o Capítulo Geral e conforme previamente planeado com o Superior Maior da Província da Austrália e Timor Oriental, Frei Bruce Clark, foi-me concedida a oportunidade de fazer uma visita fraterna aos nossos confrades desta Província em Timor Oriental.
A proximidade entre Portugal e Timor Leste é um dado histórico. Os primeiros mercadores e missionários portugueses aportaram a esta ilha em 1515, explorando os recursos naturais da região e anunciando o Evangelho. Timor foi território português até 1975.
Apesar de todas as vicissitudes históricas, Timor Leste é um território totalmente independente desde 22 de maio de 2002. A ligação a Portugal tem-se mantido em virtude da história comum e pela colaboração mútua em diversas áreas. A título de exemplo, uma das línguas oficiais de Timor Leste é o português.
É neste contexto que o Comissariado da Ordem do Carmo em Portugal tem mantido uma estreita relação com os carmelitas de Timor Leste, apoiando os confrades na formação e na aprendizagem da língua portuguesa. Foi também esta relação que me levou a fazer uma visita, durante uma semana, aos nossos confrades deste país. À proximidade histórica, cultural e colaborativa, juntei agora uma experiência de proximidade pela presença física.
Posso testemunhar a alegria com que estes irmãos vivem o carisma carmelita e a fraternidade e como as diversas gerações vivem uma vida simples de oração, de colaboração e de apoio mútuos. É com essa mesma alegria com que acolhem quem os visita.
Timor Oriental fervilha com muitas vocações. Palpita de esperança na vivência e anúncio de Jesus Cristo e do carisma carmelita. Vai-se afirmando na comunhão e participação na Igreja local. O carinho com que os carmelitas são tratados é um testemunho dessa dedicação na comunidade.
Algo que também me impressionou foi a proximidade entre os vários ramos da Família Carmelita: confrades, leigos e irmãs carmelitas. Há uma grande cumplicidade entre todos e a concretização de projetos em que todos estão envolvidos.
É uma presença em crescimento desde 2001, ano em que os nossos confrades da Austrália iniciaram este projeto. Além das comunidades mais antigas em Hera (duas comunidades de formação), Zumalai e Fatuhada (Dili), os confrades estão a iniciar uma nova comunidade em Comoro (Dili) e abraçaram um projeto missionário em Guisarudo, onde estão a criar as condições espirituais e materiais para a criação de uma nova paróquia.
Pessoalmente, testemunhei a generosidade dos confrades no serviço à comunidade e da comunidade para com os confrades. Alguns dos confrades mantêm presenças em Institutos e em frentes formativas ligadas à Filosofia e à Teologia, além de serem requisitados para a orientação de retiros e para a assistência espiritual de algumas capelanias.
Tive a oportunidade de visitar algumas casas das Irmãs Carmelitas da Virgem Maria do Monte Carmelo. É louvável a dedicação das Irmãs no setor educativo, na animação duma casa de retiros e em vários projetos sócio-caritativos, sobretudo em contextos de periferia. Às Irmãs, agradeço, também, o acolhimento fraterno, sempre muito animado e coreografado!
Trago comigo uma coleção invejável de “tais” (veste tradicional de Timor usada em homenagens e nas saudações de boas vindas) que guardo como símbolo dum tempo memorável!
Além de visitar e de conviver com os vários ramos da Família Carmelita, ainda tive a possibilidade de visitar alguns lugares emblemáticos e históricos de Timor, assim como algumas das suas belezas naturais.
Em ano de Jubileu com o tema “Peregrinos da Esperança”, estes dias em Timor Leste, foram, para mim, uma ocasião para reforçar a Esperança no presente e no futuro da Ordem do Carmo, onde quer que ela se encontre. Complementou e acrescentou de forma perfeita a memória da fraternidade e da vitalidade da Ordem experimentada no Capítulo Geral de Malang.
Dou graças a Deus pelo testemunho de Fraternidade que recebi e pela alegria dos nossos confrades neste caminho “bom e santo” em “obséquio de Jesus Cristo", a exemplo de Maria e de Elias.
Frei Agostinho Marques de Castro, O Carm.