O Natal é mentira se...

 

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Uma das características mais tristes da nossa sociedade contemporânea é a capacidade de esvaziar de conteúdo e de verdade as festas e os acontecimentos mais queridos. E o Natal é, sem dúvida, uma das festas mais prejudicadas pelo homem de hoje. Festas de profundo significado para aqueles que crêem são celebradas hoje entre nós sem, praticamente, que se conheça a sua motivação original e o seu verdadeiro conteúdo. Por isso, pode ser bom, embora seja difícil, denunciar humildemente, porém com lucidez, a mentira imensa do nosso Natal.

É mentira crer num Deus que se fez solidário com a humanidade e, ao mesmo tempo, organizar o Natal e a vida inteira de maneira individualista e egoísta, alheios totalmente aos problemas dos outros.

É mentira crer que Deus se fez homem, buscando a libertação plena da humanidade, e não esforçar-se por ser mais humano cada dia e trabalhar por um mundo mais justo e mais libertado.

É mentira crer que Deus quis compartilhar a nossa vida para restaurar todo o humano, e, ao mesmo tempo, colaborar com a destruição da nossa sociedade, atentando, de alguma forma, contra a dignidade da pessoa e os direitos de cada ser humano.

É mentira crer num Deus que se entregou até a morte para defender e salvar o homem e, ao mesmo tempo, passar a vida sem fazer nada por ninguém.

É mentira enviar felicitações aos familiares e amigos, desejar um feliz ano novo, e, ao mesmo tempo, não fazer nada para alcançar um mundo mais feliz para todos.

É mentira cantar e celebrar a paz nestas festas natalícias, e não fazer nada para que desapareçam as causas dos conflitos e seja banida a violência da nossa sociedade.

É mentira presentear os nossos filhos, familiares e amigos, e não saber presentear-lhes a nossa proximidade, a nossa compreensão, a nossa ajuda gratuita.

É mentira aproveitar o Natal como uma ocasião para realizar gestos tranquilizadores de «caridade», e viver depois apoiando uma sociedade classicista cujas diferenças e injustiças se tornam mais palpáveis durante estas datas!

J. A. Pagola

 

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